Peço à vida que conceda
A esta amarga existência
Apenas uma chance a mais...
Para ouvir o murmúrio do mar,
Todos os sons do universo.
Pode ver, no firmamento,
O cintilar das estrelas,
A prata que banha o luar...
Não precisa esta miragem
Ser dourada, resplandecente,
Basta que acenda nos céus,
De uma vida sem sentido,
A mais singela estrela...
Acanhada, solitária
Que, com o seu frágil luzir,
Ilumine um coração...
Peço a vida que dê tempo, ]
Agora, a qualquer momento,
Para que a brisa suave
Venha o semblante tocar,
Enxugando tantas lágrimas
De uma existência ferida...
Peço à vida que conceda
Um afago, ombro amigo,
É que o medo do perigo,
De sem nada, perder tudo,
Desliga a gente do mundo...
Peço à vida que conceda
O liminar deste sonho,
Ternura, carinho, algo mais...
Peço a vida que conceda
Apenas uma chance a mais!

( do Livro Diagnostico)