Ana Stoppa - Escritas, Versos & Reversos

Se não puder alcançar as estrelas agradeça a Deus por vê-las. (Ana Stoppa)

Textos


Minha Roseira Preciosa
 
  
Minha roseira preciosa
Já não quer a primavera
Da luz que outrora vestia
Resta a pálida nostalgia
 

Minha roseira preciosa
Quanta vida  possuía
Tanto perfume exalava
No jardim que a abrigava

 
Minha roseira preciosa
Floresceu muitos janeiros
Perfumou tantos canteiros
Orvalhada de ternura
 

Minha roseira preciosa
Parecia ser eterna
Tanto amor partilhava
Na felicidade dos dias

 
Minha roseira preciosa
Na santa sombra acolhia
A todos que a buscavam
Nos momentos de agonia

 
Minha roseira preciosa
Jamais possuiu espinhos
Aspergia nos  canteiros
A essência dos carinhos

 
Minha roseira preciosa
Suportou tantos outonos
E nem mesmo no abandono
Deixava de  florescer

 
Minha roseira preciosa
Trouxe ao mundo três rosas
Das quais cuidou com amor
No aconchego de teu calor

 
Minha roseira preciosa
Mesmo entre as pedras frias
Jamais desistiu  da alegria
Fez com a paz sintonia

 
Minha roseira preciosa
Sem que as rosas percebessem
Aos  poucos perdeu as folhas
E a vontade de sorrir

 
Minha roseira preciosa
Precisa  da seiva alheia
Para viva se manter
Nas agruras do existir
 
 
Minha roseira preciosa
Experimenta  o outono
Prolongado entediante
No  jardim da realidade

 
Minha roseira preciosa
Hoje abriga poucas folhas
O quase nada do riso
Nos amanhãs indecisos

 
Minha roseira preciosa
Carece de nutrientes
Medicamentos potentes
Para viçosa manter-se

 
Minha roseira  preciosa
Hoje vive acanhada
Sob as folhas  do tempo
Despida de encantamento
 

Minha roseira preciosa
Cuidada pelas três rosas
Acomodou-se no silêncio
E pensar que era tão prosa
 

Minha roseira preciosa
Desaprendeu a sorrir
Distante e  indiferente
Não se mostra  contente

 
Minha roseira preciosa
Quanta dor minh’alma sente
De ver-te assim  nesta lida
Luta inglória pela  vida

 
Minha roseira preciosa
Em preces peço a Deus
O bálsamo pra tua dor
Minha roseira de amor!


A efemeridade do tempo
Arrasta a vida sem prosa
Como apressado arrasta
A minha roseira preciosa






(Ana Stoppa)

 



 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 07/01/2013
Alterado em 07/01/2013
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