Diagnóstico
“Retirante tão sofrida,
Fome, sede, persistência, Dores tantas, tantos filhos, Mendigando esperança, Querendo salvar a vida, Do pequeno agonizando...” *** A mãe, com o filho nos braços, Gritando, pedindo socorro, O pequeno agonizando, Ao redor, todos olhando... Espera, desespera. Se guarda na ira contida, Aguarda ser atendida... O pequeno arde em febre, Ouve-se o choramingar, Um fio apenas de vida... A mulher está descalça, Sem leitura, sem escrita, Tendo só por informação A intuição cansada, De uma mãe desesperada... Guiada pelo coração. Quando enfim chega a vez De atender o pequeno, Indaga-lhe o médico altivo: - A senhora vai dizer, Procurar me explicar, Qual foi aquela vacina, Que seu filho já tomou? E a mãe indignada, Achando esquisita a pergunta, Responde sem ter pensado: Graças a Deus, Doutor, Este menino pequeno Só recebeu benzimentos, Nunca ficou doente, E nunca foi vacinado! A vida apressa o fim Do fragmento de vida Desta criança perdida, Que perdeu a própria vida, Por falta de informação, Que sua mãe nunca teve... O retornou a favela Não vai mais acontecer... Ela volta sozinha, Seu filho está condenado, Com um vírus que é letal, Seu filho está condenado, Pois nunca foi vacinado... E a vacina que é de graça, Como de graça é a vida, Se esquecida é desgraça, Que dissemina a vida... E quando passa o momento De ministrar a dosagem, Nada mais vai resolver. Não adiantam vitaminas, Remédios miraculosos, De efeito de suporte... A vida agora é miragem. Quando se fala em vírus, Não se espera, na sorte, O destino, ou mesmo a sina. Tem que saber o momento, Com bastante atenção, Para socorrer as crianças, Que são vidas, esperanças. Como ensina a medicina, Ministrando a VACINA! (Poema Título da Obra "Diagnóstico)
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 14/12/2010
Alterado em 15/12/2010 Copyright © 2010. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |