AIDS - Precisamos Encarar de Frente Este Problema.
A sociedade como um todo ainda não abriu os olhos o suficiente para enxergar a gravidade do problema. Entretanto, aí está a doença do século, ceifando centenas de vidas em todos os quadrantes do Universo e deixando outros milhares em desespero ante a falte de esperança para a cura deste mal. E para os aidéticos, mais do que a dor física tortura-os o preconceito, mais do que a falta de perspectivas mina-os a solidão... Os meios de comunicação procuram vagamente esclarecer como evitar a doença, informando em breves relatos como não contraí-la, porem as informações não estão chegando a todos, se faz necessário e urgente que surja uma campanha de massa, uma campanha não para intimidar, mas sobretudo para conscientizar. Os cientistas pesquisavam o vírus, Deus queira que em breve um medicamento eficiente faça brilhar novamente a esperança opaca de nossos irmãos vítimas da AIDS. Que a sociedade desperte aceitando estas pessoas, amparando-as, oferecendo-lhes uma palavra amiga,um sorriso, um gesto de fraternidade. Nenhum mortal está credenciado para emitir julgamentos, condenar, segregar, discriminar... matar... Vez por outra falam sobre a segregação imposta a todos aidéticos, e a desculpa sempre se resume que o mal atinge notadamente viciados e homossexuais, quando sabemos que centenas de pessoas, inclusive crianças, “dentro dos padrões normais de comportamento”, tornam-se vítimas. E as vitimas caladas, passivas seguem solitárias seu calvário, tal qual outrora Cristo, vitimas de chacotas, julgamentos superficiais, condenações imperiosas. E as vitimas seguem solitárias seu calvário... Abandonadas muitas vezes pelos próprios familiares, esquecidas pelos amigos, confinadas ao anonimato num leito qualquer, recebendo por certo medicamentos, cuidados físicos. E o emocional? Será que alguém deixando por todos nestas circunstancias tem forças para lutar contra a doença? Será que um ser humano sobrevive sem o mínimo de atenção e carinho? Não falamos em cuidados médicos, estes imprescindíveis é claro. Mas a esperança, a presença de amigos, “o sentir-se amado”, sentir-se respeitado não seriam fatores que, aliados ao tratamento possibilitariam ao aidético maiores chances de sobrevivência? No momento de transitoriedade, mudanças, inflação, eleições presidenciais, voto aos dezesseis anos e tantos outros assuntos a mover a sociedade, sabemos que não é fácil encarar mais um problema, e grave por sinal. O que fazer? Isolar simplesmente as vítimas, distribuir preservativos, panfletos esclarecendo sobre os meios de contaminação? Não, isto não basta. É muito pouco para controlar o mal do século. Dois casos distintos para serem resolvidos pela sociedade: os aidéticos, e a propagação da doença. Sobre os aidéticos, a sociedade pode e deve através da solidariedade, do gesto amigo, da presença, amenizar a dor destes semelhantes, oferecendo-lhes condições dignas, respeito e amor. Referimo-nos ao amor pregado por Cristo, ao amor fraterno. E todos somos capazes, se buscarmos nossas origens de distribuir, de emanar este amor, todos somos capazes de praticar um gesto de solidariedade. Quanto a doença, invocaremos a esperança, a luz divina, para que Deus compadecido diante de tanto sofrimento, ilumine os pesquisadores, incansáveis cientistas para que descubram um medicamento capaz de neutralizar o vírus. Entretanto não devemos e não podemos resumir nossa participação em donativos, compaixão ou julgamentos. Não nascemos para este fim. Somos transitórios, a vida qual pássaro voa de nosso interior a cada segundo. Porém se acreditarmos no Cristo que nos fez à sua semelhança, despertaremos a esperança para outra vida, em outra dimensão, que o futuro reserva. Quando seremos, como somos apesar de muitas vezes ignorarmos todos iguais. E estaremos sempre compartilhando a fé “chama - viva”, quando estendermos, não só aos aidéticos, mas a todos que de nos esperam algo. Todos, que como Cristo, caminham solitários em seu calvário. (Ana Stoppa)
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 17/12/2010
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