Renascer do Amor
Restou o cheiro no ar do perfume, do amor.
As velas desfiguradas, um cálice pleno de dor. Restou o espelho embaçado fruto de seu calor. Uma marca de baton, muitas do desamor. Restou um leito frio, a cama desarrumada. Duas taças vazias que enfeitam a noite calada Restou a dor do adeus, saudade amargurada. Vidas loucas dispersadas, nada mais tem o valor. Restou a vida que é vida, ainda que não vivida. Passos, compassos, trapaças, ecos perdidos. Restou um fio de esperança capaz de trazer o viver. O perfume esquecido, as velas descartadas Espelho reluzente, taças desnecessárias. Uma cama harmonizada, no compasso da esperança. Uma vida que renasce, fruto do resto dos restos. Mas que guarda em seu peito, algo do amor que fica Acordada alma menina, em busca de um novo dia, Da vida que agora recicla.
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 30/12/2010
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