Coração Arredio
Insensato coração a passear pelas ruas do impossível, Se faz em mil pedaços tentas alcançar a quimera. Quem dera... Quem dera ser verdade o que almejas, Entendas que a busca é em vão, perdestes a peleja. Vives dos retalhos rotos de momentos distantes, Apegas-te aos fragmentos, sonhos outrora vividos. Ignoras a melancolia da solitária alma que o abriga Atropelas a realidade, sem dó mascaras o cotidiano. Buscas a relva e flores nas pedras do abandono, Modelas em vão a argila tosca chamada saudade. Bebes da água estagnada, aceitas dejetos de afeto, Respiras a vida envolto nas sobras da indiferença. Aceitas a chama da esperança que se finda, Acomodas-te na escuridão das paredes frias. Pulsas descompassado sofres grave arritmia. Até quando pobre coração vivenciarás a agonia?... ( Ana Stoppa)
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 26/01/2011
Alterado em 04/08/2011 Copyright © 2011. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |