Se eu pudesse fazer destas longas horas segundos
Não sentiria a angústia e a dor do silêncio profundo
Indiferentes paredes mudas, paisagem angustiante
Divergências impostas pela vida, tristes, sufocantes.
Se pudesse voar como as gaivotas sobre o mar
Se pudesse ao menos raros segundos sonhar
Não sentiria o existir oblíquo, a dureza do adeus
Não perderia frágil esperança de o amor esperar
Se eu pudesse libertar as vidas dos porta-retratos
Buscaria de volta amores de um passado distante
Reviveria os sonhos e o amor no coração errante.
Dores, quimera distante vivenciar a paz e a felicidade.
Definitivamente o tempo não volta, o mundo se fecha.
A alma reduzida ao silêncio amarga a dor da saudade.
(Ana Stoppa)