Alma Carente
Tristes madrugadas emolduram longas noites vazias,
Ruídos frios e assustadores do movimento das folhas.
Ventania adentra pelas pequenas frestas das janelas,
Sem pedir licença apressa apagar a luz da única vela.
Barulho vindo do relógio cuco, piar solitário das corujas.
NCadeira ao lado da cama fria jornais mil vezes folheados.
Computador da rede desconectado, abajur lilás desligado,
Travesseiros jogados com aroma de jasmim impregnados
Ah solidão! Tu és insistente visita eternamente indesejada.
Ousas pregat que a vida assim tal qual chama apagada,
Arquivas impiedoda os muitos sonhos da alma despertada
Súbito esvoaças as cortinas insinuas desejos e leveza,
O ato de entrega da alma ao prazer solitário desenhas.
Açoite da noite a sangrar a alma mergulhada na tristeza.
(Ana Stoppa)