Alma Deserta Alma que pranteia torturada ante a ausência ao afeto, Pisada pelos desejos impossíveis experimenta o deserto. Busca no silêncio da cada noite a tola esperança de vida, Apega-se aos sonhos da distante paixão um dia vivida. Possuída pela insônia passeia nas muitas valas sem pudor, Experimenta o sal da lágrima, prova solitária imensa dor. Revira-se em meio ao pano do lençol frio e desesperador, Adormece exausta mais um dia anestesiada pelo desamor. Dias estagnados na ausência da ternura, gélidos tristonhos, Vazio a permear a vida sofrida para o reverso dos sonhos. Sobrevive solitária aos solavancos do cotidiano enfadonho. Alma perdida enveredada nos becos escuros, não mais pensa, Riso plástico e robótico, próprio de quem perdeu a crença, Vida nula, arquivada em meio às dores tristes da indiferença. (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 26/02/2011
Alterado em 25/04/2011 |