Realidade Madeira forte, Jacarandá do Norte. Fechas em cada chegada, Deixa dura a existência Das pessoas em desatino... Imperiosa, cerrada, Sem chaves ou fechadura... Calada, fria, inerte, Indiferente aos “ais”. Parece a porta da “vida” A cerrar-se sempre mais... És surda com as pessoas, Trilhando ao lado das outras, Escutando sem ouvi-lás... És negra tal como as trevas Da noite, luar minguante, Minguando precocemente A vida de tanta gente... A luz de tua abertura, É quimera já distante... Bem verdade que tua abres, No instante do surgir, A vida de um novo ser... Fechar logo, em seguida. Assim, cada qual, se quiser, Romperá tantas barreiras, Tentando em vão te transpor... Tens um nome indigesto, Difícil de pronunciar, És a “tal realidade” Que a vida insiste em mostrar... (Ana Stoppa) (Do Livro, Diagnóstico) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 02/03/2011
Alterado em 04/03/2011 |