Ana Stoppa - Escritas, Versos & Reversos

Se não puder alcançar as estrelas agradeça a Deus por vê-las. (Ana Stoppa)

Textos


                A Cesta Mágica

César é um menino feliz, todos os dias quando o Sol nasce abre a janela do quarto para que   a luz da vida  ilumine todos os cantinhos.  

O  menino adora brincar com os amiguinhos na calçada em frente à sua casa.

A rua  de terra batida é tranqüila, cheia de árvores,  tem um montão de crianças para brincar.

César tem muitos brinquedos -  velocípede, carrinhos de pilha, jogos para montar e uma imensa caixa de onde guarda os quebra-cabeças, os tabuleiros de dama, de  xadrez e as bolas de futebol.

Na rua quando a criançada se junta, tudo é possível - jogar bolinhas de gude, futebol, empinar pipas, trocar figurinhas, pular amarelinha, brincar de esconde-esconde, pular cordas, cantigas de roda mais as brincadeiras que os pequenos acabam inventando.

Alegria geral, diversão total!

Antigamente quando a criançada inventava de brincar com carrinho de pilha César fica triste, pois seus amiguinhos não tinham.

Era aquela decepção.

Um dia, quando o Sol já estava quase dormindo, as andorinhas sobrevoavam, a noite chegava, os meninos resolveram brincar de carrinho de pilha.

Cesar se lembrou novamente que ele era o único menino que tinha um deles -  com controle remoto, motorista, farol e tudo!

De repente, em um canto da calçada Jonas – um de seus amiguinhos avistou uma cesta de palha, amarela, novinha em folha, daquelas que a mãe da gente usa para fazer feira.

Jonas ficou curioso achou muito bonita a cesta, assim que a viu falou com César:

-Olha que cesta mais legal Cesar!

Vamos guardar seu carrinho nela, assim ele não estraga!

César que já havia buscado o carrinho em cas aonde ifcava  cuidadosamente guardado na caixa aceitou a idéia.

Quando Jonas colocou o carrinho na cesta, foi a maior surpresa do mundo...

A cesta ficou cheia de carrinhos, novinhos em folha com motorista, farol, controle remoto e tudo mais!

Jonas gritou para a criançada, tão alto, que até da outra rua vieram crianças buscar carrinhos.

A cesta era mágica!

Os carrinhos se multiplicaram todos os meninos contentes pegaram os seus.

Quando chegou a casa, a mãe de Cesar, Dona Neuza, não acreditou na história e foi ver de perto a tal cesta...

Qual não foi o seu espanto ao ver que ela era mesmo mágica!

Dona Neuza, mulher preocupada com as pessoas, logo percebeu quando útil seria aquela cesta!

Rapidamente colocou na  cesta algumas balas, doces chocolates e pirulitos...

Os doces multiplicaram-se!

Toda a criançada do bairro recebeu doces de graça!

As crianças curiosas queriam saber de onde surgiram os doces, os brinquedos e tanta coisa boa!

Isto era um segredo...

Dona Neuza combinou com seu filho e com Jonas que somente eles três saberiam que a tal da cesta era mágica.

No dia seguinte ao invés de brinquedos eles iriam colocar na cesta uma porção de coisas importantes e distribuir para o pessoal da redondeza:

- Remédios, pão, leite, roupas, calçados, colocaram  tanta coisa que quase não cabia na cesta.

Porém, como ela era mágica, quanto mais coisa Dona Neuza colocava, mais cabia.

Partiram os três felizes para compartilhar o conteúdo.

Na entrada do bairro começou a distribuição, todos estavam felizes!

As pessoas que estavam caladas subitamente  conversavam  animadamente, as crianças amuadas de frio e fome, adoentadas iam recebendo rapidamente remédios, roupas, calçados, doces, carinho...

A felicidade imperou os sorrisos ausentes naquele lugarejo, iluminavam todos os rostos.

As pessoas cantavam, as crianças brincavam, todos agradeciam a Deus  por terem suas necessidades supridas.

Dona Neuza e os meninos precisavam retornar para casa.

Combinaram que no dia seguinte depois que César e Jonas chegassem da escola e fizessem suas tarefas, iriam para outros bairros onde viviam as pessoas necessitadas.

Levariam a cesta mágica, distribuiriam tudo o que o povo precisava.

E, como a cesta era mágica, multiplicou até o carinho!

Tem muito tempo que todas as tardes os três benfeitores visitam os bairros para amenizar o sofrimento da população através da cesta mágica quando doam alimentos, calçados, material escolar, roupas e especialmente carinho.

Jonas e seus amiguinhos, passados três anos desde o encontro da cesta, agora têm os tais carrinhos equipados.

A turma deixa um recado para o leitor:

Quando você for brincar na calçada preste bastante atenção, pode ser que alguma fada distraída deixe uma outra cesta mágica, igual aquela que Jonas encontrou.

Não perca tempo pegue-a rapidamente.

Use-a para o bem do semelhante.

Distribua o alimento, o amor e o carinho, assim como as roupas, os calçados, os brinquedos e o material escolar.

Muitas crianças não têm nada disso.

Se você , que acaba de ler este conto tem tudo isso, agradeça aos seus familiares, agradeça a Deus.

Os meninos deixam o último readinho para vocês:

-   A felicidade reside em se ter a capacidade de se dividir o afeto, o carihol o pão e o abrigo.
  
Quando fazemos alguém feliz, sem saber estamos  construíndo e vivenciando a nossa felicidade.
                                                        ( Ana Stoppa,1988)

Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 22/03/2011


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