Acalanto do Tempo
Quisera voltar o relógio desta breve existência, Perdoar-me-ia bem mais, espalharia indulgências. Teria tempo para o tempo, viveria cada momento. Saberia o valor do amor e as agruras do cimento. Quisera dar um bom dia para o idoso ignorado, Abraçar crianças que perderam a esperança. Visitar irmãos enfermos e aqueles enclausurados, Plantar a flor do amor nos corações descrentes. Quisera ser árvore frondosa, abrigar pássaros Fonte de água pura de onde jorrasse a ternura. Cadeira de balanço para embalar almas tristes, Porém, o algoz tempo raramente isso permite Ciente da efêmera vida, do eterno aprendizado, Percebo que o tempo carece de ser compartilhado. O tempo sem volta, súbito tudo se torna passado Por isso, apresso-me em compreender o verbo amar. (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 29/03/2011
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