Palco Desigual
O mundo, onde vivemos, É um palco sem igual, Onde nós todos, atores, Alegres ou com dissabores, Representamos fiéis, Tristes ou doces papéis. Abrem-se as cortinas, No momento em que nascemos, Está traçada a sina Da vida que viveremos... Ao nascermos, somos iguais, Como seremos na morte, Porém a sociedade, Com imposição, seriedade, Indicará nossos caminhos, Sempre sozinhos, A seguir para viver... Em crianças, não sabemos Entender o que é a vida, Então representamos, Neste palco sem igual, Que somos todos felizes, Podendo tudo avançar... Então finda aquela fase De esperar Papai-Noel, Acreditar em fantasias, Em bonecos de papel... Adolescentes, buscamos Realizações, ser alguém, E o palco sempre repleto, De gente querendo viver... Vem o real. Saturação. Solidão. Inversão. Decepção... Em ato contínuo, no palco, A vida é nos roubada, Levando tudo de bom, Não nos deixando mais nada... Idiota esta sensação De esperar algo bom, De novo, num palco tão velho, Para um espetáculo cansativo... (Ana Stoppa,1989) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 31/03/2011
Alterado em 01/04/2011 |