Madrugada Solitária
No silêncio desta noite,
Sem estrelas, sem luar,
Busco, no pensamento,
Uma imagem distante,
Para poder te afagar...
Tua miragem me estremece,
Num filme de “super 8”,
Projetado em câmera lenta,
Trazendo ao meu coração
Um fragmento de ilusão...
O espaço é pequeno
Para tão grandes pensamentos...
O coração não suporta
Um turbilhão de desejos...
Madrugada silenciosa,
Cúmplice da solidão...
Quando, enfim, clareia o dia,
Estou só, sem companhia,
Resta mesmo a melodia
De antigo cancioneiro,
Em compassos rotineiros,
Tão sem notas musicais...
Para eu cantar a esperança
De viver por quase nada,
De aguardar, solitária,
Uma outra madrugada...
(Ana Stoppa)
( Do Livro Diagnóstico)