Máscaras do Amor
Súbito a alma acorda cinza Fosca, fria, enegrecida Cor do inverno que se avizinha Economia de palavras e gestos Horizonte embaçado Recolhimento Isoladas possibilidades de esperança Súbito rolam as lágrimas Estranhamente geladas Queimam impiedosamente a face Nublam os olhos, cerrar as vontades Indiferença diante dos ausentes abraços Silêncio Alma enrolada na manta da solidão Coração emudecido Cansaço na busca do inexistente Gosto amargo do interesse visível Sofrimento da alma indescritível Máscaras caem de todos os tetos Pintam de rosa desfalecido afeto Plantam na face o riso plástico Impingem o viver robótico Das mãos tocadas pela indiferença Mascaradas de solidariedade Pálidos lábios tingidos de carmim Viver da tragédia transmutado Comédia Aplausos Ao público não interessa a tragédia Máscaras caem de todos os cantos Para vestir de encanto Triste existência Amparada nos desencantos. (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 27/05/2011
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