O Amor Flui
Pedi um sorriso emprestado Para a fada da alegria Ela gentil e bondosa Disse-me carinhosa - De que serve um sorriso Se a alma esta triste Se a beleza do amor Em teu viver não existe? Parei então por um momento Olhei para dentro da alma Procurei aquela menina Que acreditava em fadas Encontrei-a acanhada Calada em um canto tristonha Pediu-me com um fio de voz - Quero um sorriso emprestado Fez-me triste o destino algoz Lembrei-me do que disse a fada Que atende por alegria Peguei nas mãos da menina Acariciei-lhe os cabelos Vi as lágrimas dos desvelos Banhar a surdez do mundo Insisti com paciência Para que saísse do tédio Timidamente me ouviu Deu-me um abraço apertado Disse-me com cuidado Esqueça o nosso pedido O riso não vem emprestado Tampouco o amor comprado Dito isso se levantou Vestiu-se de luz e estrelas Entregou-me um bilhetinho Nele escrito carinho Abri cuidadosamente cuidado Para não amassar a alma Nem pisar o coração Olhei para a triste menina VI nascer em sua face O mais belo dos sorrisos E não era emprestado! Sorrindo como uma rosa Perfumada de esperança A minha pequena criança Decifrou no bilhetinho O carinho que buscava Com cuidado entregou-me Dizendo que era mensagem Da fada chamada coragem Enxuguei do rosto o pranto Percebi que vida é encanto Olhei para a minha alma Que sorria comovida Parei por alguns segundos Para ouvir os sussurros Que vinham do coração Distraída nos compassos A menina deu-me um abraço Sorrindo de felicidade Aconchegou-se em meu colo Pediu que não a deixasse Que quando estivesse triste Dela muito se lembrasse Esqueci o riso emprestado Tenho agora o da menina Daquela que um dia fui Que aprendeu a viver E sabe que o amor flui (Ana Stoppa, 14.07.11) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 14/07/2011
Alterado em 14/06/2012 |