Ana Stoppa - Escritas, Versos & Reversos

Se não puder alcançar as estrelas agradeça a Deus por vê-las. (Ana Stoppa)

Textos


Livro da Vida


O amanhã é incerto

Tal qual o sal do deserto

A vida é um grande livro

Sem saber quantas as páginas

Umas escritas saudades

Raras registram a  paixão

Milhares de folhas escritas

Com nome de solidão

A tristeza dos ausentes

Os acenos de adeus

Tudo criado por Deus

Para mostrar aos humanos

A sua fragilidade

Deus amenizou tudo isso

Com a tal felicidade

Reservou as folhas finas

Para o amor transitar

Assim seria possível

O delicado caminhar

Mais o homem de teimoso

Esqueceu a obra prima

Fez rabiscos grosseiros

Neste livro passageiro

Perdeu-se no egoísmo

Na inveja e na maldade

Encharcou-se na estupidez

As folhas da lucidez

Borrou com tinta escura

Os espaços da ternura

Arrancou as frágeis folhas

Onde desenhou a infância

Com isso perdeu a esperança

E a vontade de sonhar

Com a plena capacidade

De ser feliz e  de amar

Os delicados pergaminhos

Da juventuda saudosa

Muitos deles os perderam

No trágica orgia das drogas

As folhas do livro da vida

Não são possíveis prever

Pois desde que ela surge

Caminha-se para  o morrer

Uma morte material

Pois a alma é eterna

Portas e janelas cerradas

Escrituras debandadas

Muito barulho por nada

Ao invés de desenhar

Aquarelas delicadas

Muitos tolhem as  páginas

Escrevendo palhaçadas

Quanto pensarem refazer

Toscas folhas de rascunho

Faltarão forças ns punhos

Tarde se  descobrirão

Serem tristes e sozinhos

Afoitos  e  sem mais ter tempo

No retorno do  curto caminho.



(Ana Stoppa, 22.09.2011, 21.57 HRS)



Agradeço a querida Poetisa Adria Comparini pela gentileza de enviar este poema escrito para  seu filho como interação neste texto:

 QUADRO DE AQUARELA

 Adria Comparini


 Pensei em publicar
 No jornal o seu retrato
 Um presente lhe dar
Seu aniversário é um fato.
 
 Você disse que não,
 Eu bem sei, é timidez
 Mas penso não é em vão
 Retratá-lo desta vez.
 
 Seu rosto é bem afilado
 Como de seu e o meu,
 Seus olhos, tom esverdeado,
 Mistura que Deus nos deu.
 
 Seu corpo um dia miúdo,
 Hoje está bem esticado
 Puxou o porte do Vovô
 Europeu bem caprichado.
 
 Seu nariz é bonito, é fino.
 A boca, assim bem fofinha,
 A voz grave é do Vô "Tino",
 Nunca foi mesmo fininha.
 
 Agora que já retratei
 Sua beleza exterior
Posso falar só eu sei,
 De seu lindo interior.
 
 Menino bondoso, educado,
 Chega às vezes preocupado,
 É escola, é trabalho puxado.
 Tem razão em ficar cansado!
 
 Mas não desanima, não.
 E vai também ao escoteiro.
 Sua maior ambição:
Escalar um monte inteiro!


 Tem um coração sensível,
Uma alma de artista.

 Pinta quadros, é incrível,
Com perfeição de alpinista!
 

Se seu pai é o "Pardal",*
Você é o "Lampadinha".*
de longe vejo, é genial!
"Experiências"* na cozinha.


Mas como ninguém é perfeito,
Pois isso é mesmo utopia,
Cito já, sem preconceito
A escova lá na pia.


Falo então da bagunça,
Que faz aqui dentro de casa.

 Vou arrumar uma "jagunça",
Pra dar jeito em sua asa!


E há muito tempo pendurado
O quadrinho na parede
Entre roupas, livros e o encerado;
Tintas, latinhas e a rede:

"Esta bagunça Deus abençoe"
E seus quinze anos, menino.
Muito amor, Ó PAI, lhe doe,
Aponte o caminho, bambino.

Vinte e dois de setembro
Na primavera tão bela.

 Veio  à Luz, eu bem me lembro,
Como Um QUADRO DE AQUARELA!


 Abraços Anna! publiquei em minha sala, venha deixar um comentário? Adria








Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 22/09/2011
Alterado em 14/06/2012


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