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  Felicidade Existe! O efêmero existir é permeado por tristezas e alegrias. Não raras vezes quando a escuridão se instala com jeito que veio para ficar as almas visitam os abismos da angústia, da mágoa, do pranto. Faz-se trevas na rotina, adormecem as esperanças, brotam as lágrimas incontidas. No sal dos momentos, lamentos entre as solitárias paredes adornadas pelo telefone mudo, sempre ao lado de um jarro trincado, cansado de acomodar as flores da ingratidão. A tristeza se aporta de tal modo, que se não observada tende a conquistar a cadeira cativa no coração dos incautos. As portas da amizade em sintonia emperram os trincos. Trinca a sensibilidade. Surge a sedutora areia movediça do comodismo normalmente acomodada no colo do isolamento. Traga a calma, a alma, a esperança, o resto de luz, seduz. Silêncio que é erva daninha adorna as margens, espinhos, trincheiras, fogueira de medos, segredos,miragens, descaminhos, corações invariavelmente sozinhos. Trevas trilham as almas, subtrai a paz e a calma. Restam as frestas pequenas das janelas da esperança, por onde o sol visita os prisioneiros do tédio. No entanto, cíclica é a vida e, por óbvio os sentimentos, o amor, os sonhos, a dor, as noites, as margaridas, as petúnias, os hibiscos, a melancolia e a tenebrosa agonia. Certo é que um novo dia, independente de tudo nasce a cada manhã. Assim como nascem as rosas, os pássaros, as borboletas, a menina que dança, o pequeno cientista, o equilibrista, a contorcionista, as bolhas de sabão, os sonhos, as ondas, as estrelas, o sol, a primavera. Na corda bamba da vida é preciso saber andar. Caminhar nela exige persistência e muito equilíbrio. Os lírios não nascem nas rochas, tampouco a flor de liz. O aprendizado é árduo. Até assimilar os tombos são inevitáveis. O pote de ouro salpicado pelas pedras preciosas da simplicidade, não mora atrás do arco-íris como muitos pensam. Cada alma tem o seu, pois assim Deus lhes deu. Em cada coração aprendiz por maior que seja o ciclo das trevas, o pequeno facho de luz jamais se apagará. Após a piracema das provas, no leito da alma a vida verte multiplicada. Voam vagalumes, espalhando o lume na lua cheia. O pranto se vai, o amor floresce, brilham as estrelas, cantam as sereias nos bancos de areia. Seriedade em demasia faz dos semblantes sisudos o porto da nostalgia. Ser leve é muito bom, até porque a vida é breve. Ponderando, observa-se que não há trevas que resistam a avalanche de esperança que nasce a cada momento, em cada canto do mundo nas almas enamoradas, vestidas de esperança, rodeadas pela paz, ancoradas na simplicidade, no porto do equilíbrio. Felicidade existe, tolo de quem desiste. www.anastoppa.prosaeverso.net Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 02/12/2011
Alterado em 02/12/2011 Comentários
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