A Alma Que Mora Em Mim A alma que mora em mim Há tempos vive angustiada Caminha sem norte ou rumo Perdeu por inteiro o prumo A alma que mora em mim Sobrevive por teimosia Arrebanhada pela solidão Prova permanente agonia A alma que mora em mim Sofre em silêncio calada Recolheu-se de repente Neste calvário plangente A alma que mora em mim Distante vê a esperança Agoniza entre as paredes No abismo das lembranças A alma que mora em mim Carece de ombro amigo Amor fraternal, ternura Precisa aplacar a tortura A alma que mora em mim Vive no pranto inundada No entanto usa máscaras Vivencia o vazio calada A alma que mora em mim Não deseja bens ou posses Eis que tudo o que é terreno Não faz o coração ameno A alma que mora em mim Tece rascunhos de sonhos Que jamais os passa a limpo Se sente atolada no limbo A alma que mora em mim Prova dores da ingratidão O fel triste do abandono Pranto, angústia e solidão A alma que mora em mim Quer no amor acreditar Porém, lhe resta apenas Navega o escuro do mar A alma que mora em mim Sufoca os gritos do medo Digere na alma segredos De ser tão tristonha assim A alma que mora em mim Já não consegue implorar O afeto e o bem querer No anseio de apenas viver A alma que mora em mim Faz da nostalgia o palco Há tempos vive assim Neste calvário sem fim... (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 05/12/2011
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