Varal da Ilusão Estendeu todos os sonhos No fino fio da esperança Preso em meio ao pranto No varal dos desencantos O sol estourava mamonas Agredindo os finos panos Rebordados de nostalgia Secou sem pena a alegria Veio o vento da invernada Sacudiu todas as roupas Arrastou para a ribanceira O tal do amor de primeira Temporal de desespero Frios granizos da solidão Colocou de vez as roupas Da felicidade no chão Vento forte do abandono Balançou os bambuzais Derrubou todas as flores Da árvore de mil amores No barro batido da terra Viu esfregar a saudade Lambuzada de tristeza Salpicada de aspereza Varal triste imaginário Relicário do desprezo Onde a dor é estirada Melancolia esgarçada Estirados os desenganos No desbotar dos panos Trapos de muitos planos Pobre existir desumano. (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 05/12/2011
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