Margaridas E se foram tantos jardins Madressilvas pequeninas Desabrocham na memória Saudades de tantas flores Ah como a vida é inglória! Canteiros de felicidade Florescem no dia a dia Ao redor são tantas flores Que se abraça ramalhetes Como em um laudo banquete. Perfume de vida e cor Lembranças do cotidiano Ramalhetes de ciprestes Na ausência dura, agreste Que de dor as almas veste. Jardins da distante infância Terra fértil, doces planos Colheitas nas valas do engano Empobrecem as margaridas Da paixão desiludidas. Descoradas são as flores Quando debanda o amor Pássaros de sonhos alados Guirlandas de rosas amarelas Adornam tristonhas velas Velam etéreas vidas Os jardins da esperança Expectativa de ver brotar O amor mais que perfeito Para adornar ecos no peito. Fenecem as rosas brancas Escurecidas no medo Desfolhadas no escuro Jogadas atrás dos muros Carentes do amor puro. Brotam dálias cor de vinho Nos caminhos de espinhos Audaciosas trepadeiras Ramos de lírios laranja Dores que a vida esbanja. Tantos jardins floridos Coloridos nas lembranças Pétalas de amor espalhadas Jogadas ao sabor do vento Nas almas em desalento. Flores, amores, dores Jardins, ternura jasmins Olor de rosas vermelhas No sangue que incendeia Mudas de sonhos sem fim. (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 11/03/2012
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