Rosário de Contas Conto as contas guardadas Nos contos do faz de conta Canto a dor e a melancolia No longo rosário de contas Conto canções plangentes Delírios da alma aos trapos Farrapos de cinza mesclados Vias dos passos passados Passou assim o tempo breve Blindando todos os sonhos Cordões de amor desbotados Na melancolia esgarçados Máscaras de verde esperança Contas das tristes lembranças Ocultam o oceano de lágrimas No féretro do amor criança Conto passos apressados Na passagem que é miragem Jardins de outono adornados No olor das folhas mortas Adornam as mesas vazias Os pratos do amor desfeito Taças trincadas no tédio Na solidão sem remédio Conto as dores engolidas As lágrimas mal digeridas O silenciar compulsório Neste existir ilusório Conto as contas bancárias De tantas vidas precárias Destoadas da simplicidade No apego às vaidades Interesses deslavados Contam as pobres quimeras Muitas almas nas taperas Dos sonhos desencontrados Desencontro destas contas Contos dos mil desencantos Cântaros curtem a nostalgia No triste contar da agonia. (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 13/03/2012
Alterado em 26/12/2014 |