Porque Hoje Eu Preciso de Paz
Porque hoje eu preciso de paz, daquela paz profunda, capaz de fazer a alma serenamente adormecer. Necessito dos braços de Morfeu para enveredar na seara da tranquilidade, onde os espinhos dão lugar às rosas da compreensão e a dor ao intenso aroma de jasmins revelados no ombro do amigo leal. Preciso de paz para dar um basta nas páginas banhadas de dor registradas no livro da vida através das desilusões, para ver acender nem que seja uma única estrela chamada esperança. Preciso de paz para refazer no recôndito da memória a trajetória da infância, para entender que os sonhos não morrem; que as fadas, duendes, magos e estrelas são as provas vivas de que a imaginação pode fazer a ponte entre a realidade e o encanto. Preciso de paz para enxugar o pranto, para aprender a perdoar, para acreditar nas pessoas, para traçar novos planos, para esquecer os desenganos. Preciso de paz para recobrar a alegria de tomar banho de chuva, de caminhar descalça na relva, de fazer castelos de areia, de conversar com as árvores e os animais, de esquecer as agruras da lida, de simplesmente viver a vida. Preciso de paz para colher os girassóis nos jardins da amizade, as hortênsias no recanto da felicidade, as rosas tom carmim no paradisíaco jardim do amor sem fim. Preciso de paz, para ao menos uma noite sentir o perfume da dama da noite, para contar luz de pirilampos, para assistir o nascer da lua, para caminhar de mãos dadas nas ruas. Preciso de paz para que a minha alma possa despertar após este sono compulsório a fim de enxergar o colorido neste viver ilusório. Preciso de paz... (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 20/03/2012
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