Retrato Da Solidão O piar das corujas faz tétrica sinfonia Almas pranteiam nas represadas agonias Tristes lembranças dos sonhos dormentes Solidão pinta de cinza a dolorosa nostalgia Peças desencontradas no mosaico da vida Cacos dos projetos aleatoriamente jogados Silêncio sepulcral tece a manta da solidão Dissimula as profundas marcas no coração Desprezíveis se mostram os bens materiais Diante da voracidade das esfomeadas hienas Redoma de interesses a sufocar o pobre ser Em detrimento ao repugnante império do ter Madrugadas solitárias silenciosamente veladas Desejo de desintegrar o real em busca da paz Oceano de pranto retido nas vozes emudecidas Pobres retalhos do que outrora chamara vida. Ana Stoppa 20.03.2012 Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 20/03/2012
Alterado em 20/03/2012 |