Girassóis No Arrebol Procissão das almas disformes Cortejo de sonhos despedaçados Retalhos de pranto e mágoas Estrada empoeirada rumo ao nada Incerteza das vontades aplacadas Tempo raro desperdiçado na lida Afeto conquistado à peso de ouro Pago com a rara moeda chamada vida Desolado cenário surreal Mescla de tintas recuperadas e carvão Delineiam grosseiramente Obras falsas, emolduradas na decepção Ratos roem os tênues fios da paz Solapadas as verdades de forma audaz Morte anunciada dos girassóis Indiferentes ao carmim do arrebol Velas amareladas ardem nas mãos Tentam afastar nuvens de gafanhotos Das vestes da esperança dolorida Sem piedade pelas traças roídas Sobram covas rasas sempre abertas Inundadas de opressão e mágoas Fétida lama onde repousa a cobiça Descarte do viver que a alma atiça Caem ânforas milenares e jarros Diante da fragilidade do barro Hienas surgem ansiosas por apertar os nós Mesmo sabendo que o fim de tudo será o pó (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 26/03/2012
Alterado em 13/04/2013 |