Tempo Que Se Esvai Caminha-se no breve existir com tamanha celeridade que mal se percebe a velocidade do tempo. Este tempo que carrega a infância, abrevia a juventude, acende e apaga inúmeras vezes a chama da esperança. Este tempo que traz o riso e as lágrimas, a ira e o perdão, a felicidade e a solidão. Tempo efêmero condutor da ilusão, do desmoronar dos sonhos, dos falsos amores, das vidas à deriva, das chamas apagadas. Este tempo que impõe a lentidão no caminhar, a prata nos cabelos, os sulcos na face, a economia da esperança e o mar de lembranças. Tempo que faz as almas arredias abrandar, os arrogantes se curvar, os materialistas se perder, os sonhadores acordar. Tempo perdido nas vias escuras da desilusão onde amores agonizam a espera da chama da vida. Vida que escoa feito vazante da maré - nos solavancos do medo,do abandono, da solidão. Solidão que faz longas as madrugadas tecidas na ausência de afeto. Afeto que se perde no meio do caminho na morte das flores para a sobrevivência dos espinhos. Espinhos que ferem sem pena, almas à deriva no deserto da mesmice. Mesmice que trás lágrimas ao desafiador existir oculta entre as máscaras sóbrias do “tudo bem”. Fantasia obrigatória para empurrar os dias quando estes se mostram banhados de melancolia. Tempo que os amores desatina, que faz das emoções rotina, da palavra o silêncio, da paz a tormenta. Tempo que descarta sem pena o ouro e a prata, as posses e os méritos no poço da irrelevância cavado ao longo da fugaz passagem. Tempo efêmero que faz a felicidade imperceptível, a alegria irrelevante, a serenidade aquarela, até que um dia se desperta enxergando a alegria nos jardins do ontem. Tempo abreviado por demais para dar sentido ao texto quando as decepções revelam a vida sem pretexto. Tempo que furta impiedosamente o tempo de se construir novos sonhos libertos das correntes do medo, das trevas dos segredos, da agonia que a trajetória impõe. Tempo que faz da poesia réquiem, da esperança quimera, da sinceridade utopia. Tempo fugaz por demais, seara de muitos ais. Tempo que destrona os arrogantes na queda das máscaras pintadas de superioridade. Tempo guardião dos sonhos, das esperanças, das agonia, das lembranças. Tempo que aplaca espinhos, faz nascer as flores, acalenta as almas, restaura amores, neutraliza dores. Dores rasgadas no abreviar dos fatos, cenas dolorosas a ferir almas contidas, neste palco eterno chamado Vida. Tempo... (Ana Stoppa) Obrigada querido Mestre Jacó FIlho pela interação:
08/06/2012 08:43 - Jacó Filho
Tempo que troca as cascas das árvores,
Enruga minha pele, enobrecendo a alma. Tempo que rasga meu peito tal o cárcere, Onde a eternidade escorre e nunca passa... Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 04/06/2012
Alterado em 10/06/2012 |