Ana Stoppa - Escritas, Versos & Reversos

Se não puder alcançar as estrelas agradeça a Deus por vê-las. (Ana Stoppa)

Textos

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Tempo Que Se Esvai



Caminha-se no breve existir com tamanha celeridade que mal se percebe a  velocidade
do tempo.
 
Este tempo que carrega a infância, abrevia a juventude, acende e apaga inúmeras vezes a
chama da esperança.
 
Este tempo que traz o riso e as lágrimas, a ira e
o perdão, a felicidade e a solidão.
 
Tempo efêmero condutor da ilusão, do desmoronar dos sonhos, dos falsos amores, das vidas à deriva, das chamas apagadas.
 
Este tempo que impõe a lentidão no caminhar, a prata nos cabelos, os sulcos na face, a economia
da esperança e o mar de lembranças.
 
Tempo que faz as almas arredias abrandar, os arrogantes se curvar, os materialistas se  perder,
os sonhadores acordar.
 
Tempo perdido nas vias escuras da desilusão
onde amores agonizam a espera da chama
da vida.
 
Vida que escoa feito vazante da maré - nos solavancos do medo,do abandono, da solidão.
 
Solidão que faz longas as madrugadas tecidas
na ausência de afeto.
 
Afeto que se perde no meio do caminho na
morte das flores para a sobrevivência dos
espinhos.
 
Espinhos que ferem sem pena, almas à deriva
no deserto da mesmice.
 
Mesmice que trás lágrimas ao desafiador existir oculta entre as máscaras  sóbrias do “tudo bem”.
 
Fantasia obrigatória para empurrar os dias
quando estes se mostram banhados de melancolia.
 
Tempo que os amores desatina,  que faz das emoções rotina, da palavra o silêncio, da paz a tormenta.
 
Tempo que descarta sem pena o ouro e a prata,
as posses e os méritos no poço da irrelevância cavado ao longo da fugaz passagem.
 
Tempo efêmero que faz a felicidade imperceptível,
a alegria irrelevante, a serenidade aquarela, até
que um dia se desperta enxergando a alegria
nos jardins do ontem.
 
Tempo abreviado por demais para dar sentido
ao texto quando as  decepções revelam a vida
sem pretexto.
 
Tempo que furta impiedosamente o tempo de
se construir novos sonhos libertos das correntes
do medo, das trevas dos segredos, da agonia
que a trajetória impõe.
 
Tempo que faz da poesia réquiem, da esperança quimera, da sinceridade utopia.
 
Tempo fugaz por demais, seara de muitos ais.
 
Tempo que  destrona os arrogantes na queda das
máscaras pintadas de superioridade.

Tempo guardião dos sonhos, das esperanças,
das agonia, das lembranças.

Tempo que aplaca espinhos, faz nascer as flores,
acalenta as almas, restaura amores, neutraliza
dores.

Dores rasgadas no abreviar dos fatos, cenas
dolorosas a ferir almas contidas, neste palco
eterno chamado Vida.

Tempo...




 
(Ana Stoppa)



Obrigada querido Mestre Jacó FIlho pela
interação:


08/06/2012 08:43 - Jacó Filho
 
Tempo que troca as cascas das árvores,
Enruga minha pele, enobrecendo a alma.
Tempo que rasga meu peito tal o cárcere,
Onde a eternidade escorre e nunca passa...

 Parabéns! E que Deus nos abençoe e
  nos ilumine... Sempre



Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 04/06/2012
Alterado em 10/06/2012


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