Virada - Amor I Love You A mesmice da rotina sufocava a relação. Não deu outra - separação. Rei morto, rei posto – ou melhor rainha, na mesma semana o liberto passou a desfilar de mãos dadas com namorada cinquentona - da mesma faixa etária. Dava gosto de ver os pombinhos de mãos dadas em público como dois adolescentes apaixonados. Ele então assumiu o papel de solitário, sem família - abandonou por completo os filhos, nem um telefonema. De nada adiantava a ex pedir, implorar, chorar, gritar, clamando para que o "Romeu" apaixonado cumprir com o dever moral, especialmente o afetivo perante os filhos, era bater em ferro frio e ponto final, até que um dia desistiu de procurá-lo. Deu a volta por cima focou na família, trabalho, viagens, projetos. Não demorou para o "Romeu perceber a "Julieta" genérica por quem se apaixonara - aos íntimos confidenciava a péssima "troca", justificando a permanência em nome da "palavra" que dera. Pensou que fosse fácil arrancar mais de três décadas de escritos no livro da vida em comum... Pensou... Hoje, suporta o GPS da genérica controlando-o por toda a parte. Experimenta na pele os efeitos do egoísmo e do ciúme possessivo. O tórrido romance pouco durou. E pobre "Romeu", que jamais teve vocação para ator curte na alma a paixão pela ex sufocada em nome da tal palavra. Enquanto que ela resolvida e de bem com a vida, várias vezes dispensou o convite para as populares saidinhas. Até que um dia, revendo as páginas do livro da vida jogou tudo para o alto - tornou-se a amante. Problemas, rotina, amor forçado - tudo para a genérica, a amante, quer dizer a que virou esposa. A parte boa, a melhor em total sintonia, esta hoje reserva para a esposa, quer dizer a amante... Coisas de Nelson Rodrigues... (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 11/07/2012
Alterado em 12/07/2012 |