19 de Julho – Dia Da Caridade A Prática da Caridade
Ninguém veio a este mundo somente para viver a própria vida, desfrutar das benesses, deixarem patrimônio e depois partir – aliás, a única certeza é a partida. Tampouco ao ser humano foi dado o dom da vida para acumular um cabedal de conhecimentos e com isso viver de forma confortável, proporcionando aos seus tudo o que o dinheiro pode conquistar. Amar ao próximo como a si mesmo – um dos mandamentos das Leis de Deus. Este amar implica antes de tudo, praticar o respeito, a compaixão, a solidariedade e a caridade. Ser benevolente, especialmente para com aqueles que nada podem oferecer, em troca além de um muito obrigado, ou as vezes nem isso. Fazer o bem sem esperar absolutamente nada em troca. Para cada ação – uma reação. Em apertada síntese, conduta identificada como a lei do retorno. As desigualdades sociais existem, assim como a fome, o abandono, a segregação, a inacessibilidade ao mínimo necessário para se viver com dignidade, o preconceito e a indiferença. Dizer que tudo é problema do poder público, ou se achar no direito de julgar este ou aquele comportamento não elide a obrigação cristã preceituada no evangelho, especialmente a de se praticar a caridade. Diferente do que muitos imaginam a caridade ou a solidariedade não se limita à doação de alimentos, roupas, contribuir para orfanatos, asilos e com as situações inesperadas de calamidade pública ( como enchentes, por exemplo). Nem sempre a necessidade do próximo está traduzida no socorro material. Fundamental para o alento, o socorro material praticado por praticar, embora atenda o semelhante, não pode ser chamado de caridade. Amor ao próximo, sentimento para ser vivenciado no cotidiano. Muitas vezes o semelhante necessita do ombro amigo, da palavra, da atenção, da solidariedade. Tanto é verdade tais assertivas, que basta visitar uma das instituições de caridade – tanto as que abrigam os adultos ou as direcionadas para o público infantil, para perceber que os beneficiários valorizam muito mais o diálogo, a atenção, o gesto de carinho fraternal do que as doações materiais. Normalmente as visitas se concentram nas datas festivas, especialmente por ocasião do Natal. Sobram alimentos, presentes, abraços; No dia seguinte tudo volta à rotina. Organizar grupos de voluntários ou mesmo aderir a um existente a fim de visitar estas instituições, levar o abraço, a palavra amiga, a música, algo em termos de lazer, como leitura por exemplo, diminui em muito a angústia daqueles que independente da razão vivem passivamente os dias amargando o mais doloroso dos sentimentos – a solidão. Caridade no gesto, no coração, no cotidiano. Repartir o pão, o afeto, a esperança e a alegria. Amar ao próximo como a si mesmo – muitas vezes nos deparamos com determinada situação onde o interior diz – ajuda, socorre. No entanto, em razão dos compromissos cotidianos ignoramos. É tão mais fácil fazer a doação em espécie. Ledo engano. Onde há a necessidade material há também a afetiva. Basta imaginar o que se passa no coração daqueles que dependem dos outros para amenizar o sofrimento. Basta refletir sobre a dor imensurável experimentada por aqueles que passam fome, frio, que vivem abandonados. Vamos consertar o mundo? Claro que não! As necessidades são infinitamente maiores. Fato é que podemos de alguma forma auxiliar o semelhante menos favorecido a carregar sua cruz na estrada. Ademais é tão mais fácil auxiliar do que necessitar. O sorriso, o abraço amigo, o olhar fraterno, o diálogo a presença sempre que possível tornam menos árdua a vida do irmão necessitado. Dezenove de julho - dia da Caridade, ( Lei 5.063, 1966). Que nesta data possamos refletir, nos colocando à disposição deste mesmo Deus que nos empresta a vida, a fim de que nos capacite para a prática diária desta virtude. Provavelmente muitos nunca ouviram falar em Agnes Gonxha Bojaxhiu. Esta mulher de origem albanesa dedicou sua vida em prol dos pobres e dos enfermos. Fundou a Congregação Missionárias da Caridade, aprovada pela Santa Sé em 1950, Agnes quando do ingresso á vida religiosa tornou-se mundialmente conhecida por praticar a caridade, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979. Por sua vida dedicada de forma incondicional aos necessitados em 2003 foi beatificada, seu nome - Madre Teresa de Calcutá, ( 1910/1997), que em uma de suas falas nos deixou a seguinte mensagem: “Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo. Veja que, no final das contas, é entre você e DEUS. Nunca foi entre você e as outras pessoas.” (Madre Tereza de Calcutá). (Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 19/07/2012
Alterado em 26/06/2014 |