A Tragédia de Petrópolis Até quando a tragédia andará ao lado da imensa comédia? Até quando a cidade maravilhosa encantará com as festasde Momo e as belezas naturais, enquanto a vizinha Petrópolis vive anualmente por ocasião das chuvas a eterna quarta-feira de cinzas? Sob os olhos do Museu Imperial, da Casa de Santos Dumont, da tradição histórica, Petrópolis uma vez mais vê seus cidadãos brutalmente mortos - vidas precocemente arrastadas na lama da indiferença. Mais de duas dezenas de seres humanos mortos nesta semana. Quantas vidas mais serão ceifadas? A quem a população deve pedir ( e receber) a assistência devida? A dor dos familiares é a dor da Nação, do cidadão comum, do homem do povo, que indignados pranteiam com as mãos atadas. Quem passou pela agonia, sabe a dor de enterrar um ente querido. Perder para a doença ou para a fatalidade, o espírito cristão conforta. Mas perder para o descaso? Até quanto? Até as águas do próximo mês de março ? Até quando? Medidas imediatistas não resolvem, a presença na mídia muito menos. É preciso ação para acabar de vez com a tragédia anunciada. O vazio instalado no coração daqueles que perderam seus ente queridos, a sociedade indignada pede respostas. Soluções que somente aqueles que detêm o poder serão capazes de oferecer. Enquanto isso é de se indagar - quantas vidas mais serão necessárias para a adoção de medidas concretas? Quantos inocentes serão impedidos de viver? Quantos lares serão destruídos? Quantas famílias ainda serão literalmente despedaçadas pela imensurável dor decorrente da perda de seus ente queridos? Quantas? Tantas mortes, tanta agonia, tanto desespero. Diante do doloroso quadro, inconcebível se acreditar que preciosas vidas foram precocemente ceifadas - a exemplo da tragédia dos anos anteriores na mesma localidade absolutamente em vão. Enquanto isso fica no ar a repetitiva pergunta (sem resposta) Quantas vidas mais serão necessárias para a definitiva adoção de medidas concretas? Quantas? ( Ana Stoppa) Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 21/03/2013
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