Fachada
No teatro da vida, como nas esquinas ou calçadas Milhares de seres humanos vivem a perambular Sem rota, rumo ou destino, provando os desatinos Vivendo por quase nada, vestindo a fantasia Da alegria dissimulada, da paz jamais encontrada Subtraindo os dias, vivendo só de fachada. Fachada que custa a vida, a felicidade sonhada A serenidade do amor. Sobram portas abertas, caminho certeiro da dor Solidão entre as paredes da rede que enlaça almas Perambulantes no escuro, distanciadas do amor Resignadas na dor, rotina das existências. Clemência palavra rara, felicidade utopia No circo da alegria pleno de pompas encenado Palco roto do momento, realidade tormento Sobram lágrimas faltam sorrisos diante dos abraços esquecidos Assim caminham as vidas Representam qual atores, num mundo de dissabores Vestem da alegria o manto, pintado de todas as cores Quando almas em preto e branco esbanjam lágrimase dores Que cortam sem pena o peito diante do mundo imperfeito Das pessoas materialistas interessadas na conta Do que podem amealhar, interesse infernal. Vazio pleno de medos, visgo de melancolia Entre telas de saudade e máscaras de alegria. Rios de decepção, emoções trancadas à ferro Disformes gritos perdidos ecoam nas valas fundas Desfilam alegorias na procissão silenciosa Vultos envoltos em negro portando velas apagadas Pagam promessas vencidas, pactos de vidas falidas. Ana Stoppa Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 15/04/2013
Alterado em 15/04/2013 |