Nômades Tantos percorrem a vida Sem conhecer uma rua. Tantos felizes pela matéria Que reveste a alma nua. Tantos desesperados Sem saber o que fazer Com o afeto armazenado. Tantos entristecidos De viver a cada dia Relações superficiais Felicidade aparente. Tantos com falsos sorrisos Sufocando a amargura De não ter o que fazer Com a infinita ternura. Tantos abraçam o vago Beijam o espaço etéreo Constroem castelos na areia Vagueiam quais nômades, Sofridos, No deserto solitário. Tantos com tanto pranto Que não conhecem o canto Que o amor vem entoar. Tantos ensurdecidos, Sem nada ter conhecido, Apenas tendo vivido, Relações superficiais. Tantos percorrem o mundo, Consomem as suas vidas. Sem conhecer uma rua! Ana Stoppa Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 19/04/2013
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