Tosco palco
Não te atenhas ao efêmero palco das vaidades pessoais onde o bom senso adormece, a paz arrefece e a dor se instala. Não te iludas com o rumor dos aplausos, as flores de plástico, as foscas cortinas. Não tome para si o poder que efetivamente não existe, as luzes que se apagam, o odor das rosas mortas, as fracas chamas das velas do individualismo. Não queiras galgar o torpe topo, tampouco aproximar-se das estrelas semeando no azul anil rastros de espinhos. Recolha o egoísmo, sepulte o individualismo, abra o coração para o coletivo onde o bem maior alcança a paz. Reflita sobre a perenidade da vida e a inutilidade dos ensurdecedores aplausos, até porque no cerrar das cortinas aqueles que caminham nas estradas do “ eu me basto” invariavelmente provam na rotina a ácida solidão adornada pelas desbotadas ( e ilusórias) fantasias de papel crepom. . Ana Stoppa Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 17/12/2014
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