Quimeras
Não penses ser de alguma valia o ouro Títulos desenhados em papeis mofados Honrarias corroídas por vorazes traças Rascunhos de felicidade que te abraça Armazenados em pastas despedaçadas. Enquanto há tempo fuja do ilusório pódio Destrua as toscas correntes emaranhadas Assuma o existir por absolutamente nada Recuse encenar tolas comédias passadas Abomine sem pensar os robóticos abraços. Dispa a alma de todas as inúteis vaidades Pratique o silêncio como prudente postura Arranque do peito a chama da esperança Cesse as inúteis buscas de luz na estrada Assuma o rotineiro amargo na caminhada. Respire o que te resta na acidez da rotina Como se fosse o paraíso diante da retina Rabisque delírios nas folhas adormecidas E quando fenecer o lumiar da última vela Verás quanto desperdiçastes em quimeras. Ana Stoppa 29.12.14
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 01/01/2015
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