Desperdício
Que desperdício Ver a vida sufocada Entre o ontem que não passa Cercado de triste agonia Embaçado de angustia Que embaraça a rotina Entre amareladas cortinas. Que sacrifício Ver morrer a cor na estrada Respirar o ar do nada No fel que as entranhas destila Ser ator de um espetáculo De um público indiferente Pleno de rostos descrentes. Que triste vício Esta busca desvairada Teimosia desenfreada Marcada de insana insistência Que dê ao errante a clemência Contorno de luz à esperança Sincronia à tantas danças. Que eterno suplício O silêncio das madrugadas O ocre das rosas tisnadas Novelos que o tempo arrasta Nas intermináveis novenas Rabiscadas de lembranças Sob o som das cantilenas. Ana Stoppa Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 21/08/2015
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