De repente....
De repente abre-se uma brecha e o negativismo entra pela porta da alma plantando a tristeza e as lágrimas. De repente não se sabe de onde caem as estrelas sobram apenas as tristes trevas. De repente sorrisos se apagam, olhos se fecham, corações se sentem tão só em meio a um mar de indiferença. De repente sobram as partidas, diminuem as chegadas. De repente tudo perde o sentido a vida fica comprida em meio a uma estrada vazia. De repente cai a chuva da ingratidão sobre as frágeis vidraças, encharcando tudo o que encontra no atropelo próprio da angústia. De repente o canto da solidariedade se transforma em um doloroso réquiem. De repente o passado revira a poeira do tempo e trás para o presente apenas sorrisos perdidos, abraços esquecidos, partidas inesperadas. E neste palco de atores tão distantes de si mesmos, chamado vida, ecoa apenas o grito solitário da melancolia, que cansada de beber o fel da aparência despe-se das falsas máscaras, despoja-se de falsas máscaras, para encontrar tão somente o momento. Tormento que assola as incompreendidas almas que caladas caminham solitárias, mas ainda assim guardam a esperança de encontrar a última estrela chamada paz. Ana Stoppa Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 19/09/2015
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