Chuva de Carinhos
Não lamente a solidão, não chore quando se sentir sozinho. Olhe para a copa das frondosas árvores onde moram os passarinhos, admire a bendita sombra, as flores e os frutos maduros. Observe o firmamento magistral - tapete da lua, berço das estrelas. Entregue-se ao mar dos sonhos, navegue no oceano da esperança. Aceite a porção diária que a vida lhe oferece - nem mais, nem menos. Tenha em mente que viver é uma dádiva que deve ser acalentada no silêncio da oração. Console a alma no silêncio para que a presença de Deus se torne intensa. Enxugue as lágrimas, aprenda a viver sem aquele abraço necessário, sem o carinho que julga imprescindível, pois das nossas necessidades sabe quem nos empresta o sopro divino. Encontre o afeto na paz, no equilíbrio do entendimento de que tudo na terra é passagem. Procure compreender que a maior felicidade brota quando, de alguma forma, se faz algo de bom pelo outro - ainda que este jamais venha a entender ou agradecer. Não espere reconhecimentos, busque a simplicidade no viver, nos gestos e no amor. Aprenda a ser grato, a reconhecer, a perdoar e a amar. Quando a alma se aninha nos braços do Criador, envolve-se numa chuva torrencial de carinhos, sente-se segura, viva, serena, não teme o escuro nem a sombra da morte. Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 10/01/2017
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