Incoerências
A gente se perde de si mesmo Perde o tempo a esmo Sem viver o necessário. Na brevidade da vida A gente abrevia as palavras E assim sem se dar conta O coração endurece A esperança fenece. A dor de outrora se apaga A solidão se desbota E o mundo colorido Pleno de bem querer De repente desprezamos. Descartamos as oportunidades De simplesmente viver Vivemos dentro da caixa Onde o outro não se encaixa. A gente tem medo de tudo Das ondas impiedosas Que a realidade permeia Capaz de destruir os sonhos Como castelos de areia. Mas antes que tudo aconteça Que a vida fique sem graça O existir sem sentido Que possa o amor transformar As dúvidas em plenas certezas Que se rompam as correntes As agruras da correnteza. Tudo na vida passa A dor, o encanto, o cansaço. Mas quando se tem um abraço Acolhedor, demorado A gente descobre que a vida Frágil feito criança Renasce como a primavera Esta é a grande magia Que faz a gente sonhar Que nos move para o amanhã Que nos faz achar sentido Para transformar em estrelas As fagulhas da tristeza. E antes que a noite chegue E a lua entediada adormeça Que venha a alegria Vestida de simplicidade Que venha o grande amor Fruto da solidariedade. Tudo cabe em um abraço Basta que a gente aprenda Basta que a gente perceba Que se pode transformar Aprender a caminhar Compartilhar sem pensar. De repente a luz desponta Tudo fica coerente E a gente que carrega Na alma uma criança Fica pra lá de contente! Ana Stoppa, 05.07.18 Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 05/07/2018
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